terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tristeza x Esperança

Impressiono-me cada vez mais com as pessoas que se preocupam e colocam acima de tudo o seu carro importado, sua postura social, seu cargo de chefia, seu amigo político influente, a viagem no transatlântico, enfim, colocam acima de tudo coisas. Esquecem-se dos seus próprios sentimentos, esquecem de serem humanos, da importância da honestidade, da simplicidade, esquecem-se da solidariedade, do amor ao próximo e de fazer o bem ao próximo.
Assistindo ao jornal da noite nesta última semana chega dar medo, é de nos apavorarmos mesmo, de nos entristecer-mos com tudo que está acontecendo no Haiti. Uma enfermeira é retirada viva debaixo dos escombros de um hospital após quatro dias, o JN mostrou as imagens do resgate, onde se via apenas seus olhinhos que lembravam os de um bebê que recém nascido é apresentado a este mundo cruel, e se via ali também a esperança de quem nasceu, e nasceu de novo, e se via ali a vontade de seguir novamente, e apesar de tudo via-se ali naqueles dois olhos sujos de poeira a felicidade de estar viva, de ter tido uma segunda chance e de poder ver nela uma vida, ainda que tenha a consciência de ter que resgatá-la, de ter que refazê-la, desde o comecinho.
Se vê no Haiti crianças sem pais, mães soterradas ou a procura de seus filhos, bombeiros que não sabem por onde começar resgatar pessoas, ou corpos, gente andando sem ter pra onde ir, sem ter seu trabalho, suas casas, seus amigos, desespero total.
Ah! A postura social, o cargo de chefia, o carro importado e a viagem? Importam?
Nestas horas são todos, exatamente todos iguais minha gente! Quem estava no hotel de luxo também ficou sujo de poeira, também sentiu medo, também teve esperança e vontade de viver mais um pouco, e os que sobreviveram também sentiram a mesma felicidade daquela simples e grandiosa enfermeira. Os que infelizmente não tiveram a mesma sorte no hotel de luxo se foram exatamente iguais aos que se foram nas casas simples, no subúrbio do Haiti.
Podemos então ter cores, crenças e cargos diferentes, mas todos vamos para um mesmo lugar um dia. Não seria muito melhor nos unirmos antes, ajudarmos ao próximo, darmos valor as pessoas hoje, agora vivos?!

2 comentários:

  1. Nana,
    Realmente é de doer tudo isso. Estamos todos tão fragilizados em nossos mundicos confortáveis que esquecemos o grito de desespero do próximo. Não nos afligimos tanto quanto devíamos, pois se assim não fosse, o mundo seria um lugar muito melhor de se viver. Mas, temos tempo ainda para reiventar nosso destino e rumar para um porto mais seguro.
    Adorei, viu?
    Continua assim...beijos

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  2. Nana!
    Eu concordo em número, gênero e grau com o seu post! Não sei pra quê tanta arrogância, de alguns, se todos nós viemos e vamos para o meu lugar...enfim!
    Beijoooooooooooo e parabéns pelo post e pelo texto!
    She

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